Em palestra proferida no IV Curso de Iniciação Funcional para Magistrados, o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), Antônio Gustavo Rodrigues, destacou que a melhor maneira de combater o crime organizado é bloquear os valores obtidos com as atividades de contravenção. A qualificação é uma iniciativa da Escola Nacional de Formação e […]
Em palestra proferida no IV Curso de Iniciação Funcional para Magistrados, o presidente do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), Antônio Gustavo Rodrigues, destacou que a melhor maneira de combater o crime organizado é bloquear os valores obtidos com as atividades de contravenção. A qualificação é uma iniciativa da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados Ministro Sálvio de Figueiredo (Enfam) e reuniu nessa edição 120 juízes recém-empossados nos Tribunais de Justiça de São Paulo (TJSP), Minas Gerais (TJMG), Paraná (TJPR), Pará (TJPA) e Rondônia (TJRO).
Antônio Gustavo apontou que dinheiro vivo chama a atenção e atrai a cobiça, portanto grupos criminosos sempre procuraram estratégias para esconder ou lavar esses valores, sendo que usar bancos era um dos principais caminhos. “Os bancos passaram a informar movimentações que fogem ao padrão. Mas a polícia não estava acostumada a lidar com esse tipo de informação. Aí entra o Coaf para fazer o meio de campo”, explicou. Segundo Antônio Gustavo, o COAF “digere” toda a informação e emite um Relatório de Inteligência Financeira (RIF), que traz toda a informação necessária sobre as movimentações.
Para lidar como o volume de informação, Antônio Gustavo destaca que o COAF tem utilizado representações gráficas com focos por temas. “Se você tem uma pilha de relatórios com números, é fácil perder o foco. Mas uma linha mostrando uma movimentação estranha de grandes volumes de dinheiro, é fácil de entender”, destacou. Um ponto que o palestrante julga essencial é a mudança de mentalidade dos juízes, que começam a ver o RIF do COAF como uma informação válida para iniciar uma investigação. “Nossa grande vitória é pegar o criminoso desconhecido, que tenta se esconder seus ganhos embaixo da normalidade do sistema financeiro”, concluiu.