Pesquisa realizada pela UnB busca aprimorar sistemas de informação da Enfam

Trabalho foi realizado pelo DataLab, por meio do projeto Formação Judicial Qualitativa, e diagnosticou principais melhorias e novas funcionalidades a serem implementadas no EducaEnfam

Os sistemas de informação e processos de negócios da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) foram analisados pela equipe do Laboratório de Dados do curso de Engenharia de Produção da Universidade de Brasília (DataLab-UnB) com foco em propor potenciais melhorias aos principais problemas e sugerir novas funcionalidades, de acordo com as necessidades da equipe da Escola.

O trabalho foi viabilizado por meio de Carta Acordo com a UnB, no âmbito do projeto Formação Judicial Qualitativa, que marca o acordo de cooperação internacional entre a Enfam e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Ari Mariano, Mariana Melo Pereira, Ana Cristina Fernandes, Everaldo Silva Júnior e Simone Borges Simão, docentes da UnB, estiveram à frente do trabalho e apresentaram os resultados à equipe Enfam no dia 6 de dezembro. O projeto foi executado durante 90 dias e contou com a participação de 10 alunas e alunos dos cursos de graduação em Engenharia de Produção e em Engenharia de Software da universidade.

A pesquisa focou a identificação das principais lacunas do EducaEnfam. Além de docente envolvido no projeto, Ari Mariano é diretor do DataLab e informou que a ideia inicial foi melhorar o sistema EducaEnfam por meio da opinião não só das pessoas usuárias, mas também daquelas que trabalham na Escola. “Isso porque muitas vezes as pessoas usuárias têm uma visão apenas do que é importante para elas; no entanto, para que essa mudança ocorra, é preciso mudar todo um processo dentro da Enfam. Então, tivemos que promover conversas para confrontarmos essas duas visões”, explicou.

Para encontrar os resultados, foi definida metodologia que mesclou psicometria, que entende o comportamento humano, e econometria, que traz uma previsão do futuro. “É muito importante observar que a ciência está por trás disso. O método tem um respaldo científico, não ‘saiu’ da cabeça de uma pessoa. São anos e anos de estudos realizados por profissionais. Temos a experiência do Brasil e de outros países que estão utilizando esta metodologia de maneira muito efetiva”, informou. Segundo Ari Mariano, a ideia é de que, com as prioridades definidas e sabendo o que vai impactar mais na satisfação das pessoas usuárias e nos processos da Escola, seja definida uma meta para o desenvolvimento desse sistema com maior qualidade.

Entre as principais descobertas, uma satisfação acima da média foi observada nas pessoas que utilizam o EducaEnfam. “O primeiro ponto seria começar a inserir novas funcionalidades de modo que ele possa ser ampliado. Na verdade, as pessoas gostam do sistema, o que elas querem é mais sistema. Mas isso está diretamente relacionado à equipe de tecnologia da informação, que também teve nota muito boa quanto ao atendimento e serviço, porém a demanda é por maior quantidade de pessoas para que sejam desenvolvidas essas novas funcionalidades. Essas funcionalidades novas vão impactar diretamente a satisfação da usuária e do usuário e vão fazer com que o EducaEnfam possa ser um sistema não só talvez para a Escola, mas também para outros órgãos do Judiciário”, revelou o professor Ari Mariano.

Em continuidade ao trabalho desenvolvido pela UnB, a equipe da Enfam trabalhará em 2024 para implementar melhorias e desenvolver novas funcionalidades aos sistemas da informação da Escola. A ação contará com apoio do Formação Judicial Qualitativa, especialmente da equipe técnica do Eixo 3, voltado ao fortalecimento das capacidades institucionais e de gestão da Enfam.

Sobre o Formação Judicial Qualitativa
Dividido em quatro eixos principais, que norteiam as atividades das equipes envolvidas, o projeto busca desenvolver novas metodologias, ações educacionais, pesquisas, ferramentas e estudos para a estruturação, inovação e melhoria contínua do Poder Judiciário. Dessa forma, auxilia na formação e no aperfeiçoamento de excelência das magistradas e dos magistrados e, quando possível, dos serventuários da justiça para que possam promovê-la em sintonia com as expectativas da sociedade.