“Os tribunais têm que investir em gestão. Temos instrumentos processuais sendo criados nas leis processuais, racionalização dos trabalhos com sistema das próprias Cortes Superiores, a repercussão no Supremo Tribunal Federal e agora a relevância no Superior Tribunal de Justiça, mas temos que dar ao juiz de primeiro grau e aos tribunais locais sistemas de gestão (…) os tribunais têm que investir exatamente nisso, na função de gestão”, as palavras são do ministro do STJ, Marco Aurélio Bellizze, na abertura do curso de especialização  “Gestão Judicial: Judiciário de Alta Performance”, do qual é coordenador científico.

A formação é realizada pela Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) e tem como objetivo desenvolver e aperfeiçoar competências gerenciais nos campos da gestão estratégica, gestão de pessoas e gestão de processos. O evento de abertura aconteceu ontem (30), na sede da Escola para magistradas e magistrados de tribunais de justiça e tribunais regionais federais.

Em seu discurso, Bellizze ressaltou a importância de um sistema integrado para aperfeiçoamento da gestão. “É um instrumento de gestão fundamental ter um sistema único, em que se possa programar as atividades administrativas e o próprio funcionamento do sistema operacional do judiciário”, pontuou.

O coordenador acadêmico, juiz Fabrício Lunardi, comentou sobre a relação entre a questão da falta de celeridade no julgamento e a relevância da alta performance na gestão judicial. “Essa pós-graduação é uma iniciativa da Enfam observando o principal problema do judiciário brasileiro, a falta de performance, no sentido da morosidade, e essa é a principal reclamação da sociedade. Então, o nosso objetivo é exatamente dar capacitação para que juízes consigam fazer uma boa gestão das suas unidades judiciais, e, aplicando ferramentas de gestão, aumentem a produtividade e também a qualidade dentro da sua unidade judicial”, afirmou.

A juíza do Tribunal Regional Federal da 3ª Região e aluna, Dinamene Nascimento, destacou ter boas expectativas com o curso e acredita que vai ser uma boa oportunidade para troca de experiências sobre alta performance entre os tribunais. “A minha expectativa é que esse curso traga ferramentas e estratégias para o magistrado bem gerir a sua unidade jurisdicional. Nós somos preparados apenas para julgar, mas hoje o juiz contemporâneo demanda algo mais do que julgar, é preciso gerir a unidade, gerir pessoas, gerir conflitos da melhor forma.”, afirmou. A especialização acontecerá na modalidade à distância e combinará aulas remotas com atividades desenvolvidas no Ambiente Virtual de Aprendizagem. Além do encontro de hoje, está programado mais um encontro presencial, na conclusão do curso.