Enfam apresenta desafios e boas práticas na EaD voltada à magistratura

Mesa em congresso internacional promoveu debate com escolas de governo

A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) é referência entre as instituições de ensino da Administração Pública Federal e participou de painel nesta quarta-feira (18) para apresentar os principais entraves, mas também as boas práticas na educação a distância. A mesa-redonda EaD nas Escolas de Governo: desafios e qualidade dos modelos implementados ocorreu durante o 29º Congresso Internacional ABED de Educação a Distância, em Brasília.

A coordenadora pedagógica da Enfam, Marizete Oliveira, representou a Escola no painel, que também teve a participação de Telma América Venturelli, do Instituto Legislativo Brasileiro (ILB), e de Aline de Sousa Viana, da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados da Justiça Militar da União (Enajum). Luiz Cláudio Medeiros Biagiotti, da Marinha do Brasil, organizou os trabalhos.

As apresentações trouxeram debate sobre EaD nessas instituições e reflexões sobre práticas eficazes, superação de obstáculos e formas de garantir a eficiência dos programas. “É importante nos unirmos, conhecermos o que as outras instituições fazem, e termos esse momento de networking”, disse Luiz Biagiotti.

Primeira a se apresentar, Telma falou sobre os principais desafios da EaD online no início dos anos 2000, entre elas o preconceito contra a modalidade dos cursos, que era vista como uma forma inferior de educação, o que limitava a adesão tanto de estudantes quanto de instituições. “Essa discussão ainda perdura. A maior parte das pessoas acredita que é importante ter essa relação interpessoal, perguntas, diálogo, e o método a distância tinha poucas ferramentas de interação. Estamos melhorando bem”, disse. Ao relatar as conquistas nesse campo, destacou a criação da plataforma Saberes, do Senado Federal, com cursos online e gratuitos, e que nos últimos quatro anos teve mais de 105 milhões de inscrições.

A experiência da Enajum foi apresentada por Aline Viana, que abordou a dificuldade de gerar interesse do público-alvo pelos cursos ofertados e o que a escola tem feito para superar esse desafio. Ela explicou sobre a importância de conhecer as peculiaridades tanto do formato EaD quanto das diferentes gerações que são impactadas pelas ações de formação, com interesses e perfis diversificados. “É importante adaptarmos cursos e linguagem aos perfis. São pessoas que têm letramento digital diferente, então materiais complementares precisam acompanhar essas particularidades”, observou.

Por fim, Marizete Oliveira mostrou o trabalho realizado em conjunto com formadoras e formadores para que a atividade educativa seja desenhada de forma profissional e que tenha grande impacto na aprendizagem.  Entre as diretrizes, está o desenvolvimento de competências e metodologias ativas, em que há protagonismo de discentes para a resolução de problemas.

A coordenadora pedagógica da Enfam explicou que a EaD com qualidade requer ações articuladas para superar desafios. “É preciso desenvolver ações que tenham uso de tecnologia, engajamento da tutoria e recursos de interação e colaboração, entre outras características”, concluiu.