Encontro aconteceu na sede da Enfam e trouxe muitos aprendizados
Nos dias 11 e 12 de novembro, a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) promoveu o curso de Formação de Formadores (FOFO) Nível 1, Módulo 3, com o tema acessibilidade e inclusão. O módulo abordou métodos de aprendizado inclusivo tanto no ambiente digital quanto no presencial, além de atividades práticas para proporcionar análises e debates mais profundos entre os participantes, com o objetivo de construir uma visão coletiva sobre o assunto.
Durante o curso, uma mesa-redonda reuniu quatro especialistas em acessibilidade, inclusão e tecnologias assistivas. Em seguida, a turma se dividiu em grupos para participar de oficinas dinâmicas, seguidas de encaminhamentos e criação de planos de ação relacionados ao tema. No encerramento, docentes e discentes compartilharam as experiências, aprendizados e encaminhamentos das oficinas.
A coordenadora pedagógica da Enfam, Marizete Oliveira, destacou que o módulo incentivou uma reflexão sobre planejamento, metodologia, modalidades de ensino, recursos e avaliação em uma perspectiva de acessibilidade e inclusão. “É um tema desafiador que nos leva a refletir e repensar nossas práticas”, afirmou.
A docente Ana Cristina Monteiro, juíza federal da Justiça Federal da 4ª (TRF4), constatou que essa edição do FOFO preparou os formadores para uma educação mais inclusiva, capaz de atingir a todos, especialmente pessoas com deficiência e necessidades especiais. “Os alunos sairão não apenas capacitados, mas sensibilizados, percebendo outras barreiras que desconheciam.” Para ela, a presença de palestrantes com deficiência foi essencial para promover empatia e entendimento das situações pelas quais essas pessoas passam. A juíza acredita que os alunos, depois do curso, vão encarar pessoas com deficiência de outra maneira e buscar uma educação mais inclusiva.
A neurocientista e psicóloga clínica do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), Regina Lúcia Nogueira, que participou como discente, elogiou o curso e destacou a importância da educação inclusiva e do respeito aos diferentes estilos de aprendizado. “Os cérebros das pessoas são diferentes, por isso, ao falar sobre educação judicial, é essencial considerar princípios e diretrizes baseados em evidências científicas, como as do Desenho Universal da Aprendizagem”, afirmou. Ela ressaltou que o seu principal aprendizado foi sobre uma frase que uma das docentes citou: “Nada sobre nós sem nós”, mostrando que a inclusão exige que todos participem ativamente da discussão.