“Cidadã Down: fazendo escolhas e organizando metas”

Defende ativista pelos direitos das pessoas com deficiência ao falar para representantes da magistratura nacional

Jéssica Mendes de Figueiredo, fotógrafa e ativista, foi uma das palestrantes na primeira etapa do curso Corte Interamericana de Direitos Humanos: direito à igualdade e não discriminação. No auditório com cerca de 50 integrantes da magistratura federal e estadual, ela celebrou conquistas e relembrou a importância do apoio da família e dos educadores para superar as barreiras enfrentadas como mulher com deficiência.

A palestrante, que desde 2013 atua na Secretaria Nacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, contou que enfrentou muitos desafios até chegar no lugar que está hoje. “Na escola, sofri muita discriminação e preconceito. Com isso, vivi momentos de muita tristeza. O capacitismo (discriminação e preconceito contra a pessoa com deficiência) apareceu de várias maneiras, desde falas dos colegas e de alguns professores que tentavam me diminuir até nas ações para me excluir das atividades”.

A fotógrafa falou, ainda, sobre o capacitismo velado, que acontecia quando as pessoas não falavam nem praticavam exclusão, mas evitavam uma aproximação. Havia também dificuldades em lidar com disciplinas como matemática, física e química, além da falta de acessibilidade nas aulas, nas atividades e nas avaliações.

Jéssica explicou que sua família não pediu sua curatela e que escolheu seus apoiadores para que pudessem auxiliá-la nas questões gerenciais e patrimoniais. “Ter capacidade jurídica, para mim, é poder votar, é ter autonomia é ter minha vontade respeitada pelos meus apoiadores, poder me casar, poder morar sozinha, poder fazer escolhas”, finalizou ela, ressaltando que sempre foi respeitada.