Enfam participa de ação educativa na terra indígena Raposa Serra do Sol

Iniciativa da Escola Judicial de Roraima reuniu mais de 200 discentes e 16 docentes

A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) participou, no dia 12 de março, de ação educativa realizada pela Escola Judicial de Roraima (Ejurr), na comunidade indígena Uiramutã, por meio do projeto A Escola vai à escola. A iniciativa, que busca aproximar o Poder Judiciário de estudantes e docentes, promoveu atividades em seis municípios do estado, no período de 7 a 15 de março. Atualmente, 20 unidades de ensino são parcerias do projeto.

Mais de 200 jovens e 16 docentes da Escola Estadual Indígena Júlio Pereira, localizada na terra indígena Raposa Serra do Sol, participaram da última edição. A unidade de ensino possui quase 300 alunas e alunos das etnias macuxi, taurepang, ingarikó e patamona. A equipe da Ejurr foi recepcionada na língua macuxi, com cantos indígenas entoados pela comunidade estudantil.

O pedagogo Fernando Alves, formador da Enfam, conduziu uma conversa descontraída com a juventude sobre prevenção à violência, seguida por um workshop especial com docentes da comunidade sobre escuta ativa e comunicação não-violenta. Para Fernando, essa aproximação do Tribunal de Justiça do Estado de Roraima (TJRR) junto às escolas, fomentando o desenvolvimento técnico-profissional de docentes e jovens, vai ao encontro da missão institucional do Poder Judiciário. “Espera-se que cada vez mais tribunais possam implementar atividades como esta, se aproximando da realidade local”, disse.

Em sua abordagem com estudantes, o formador da Enfam destacou a importância da educação formal e do planejamento. Além disso, trabalhou metodologias ativas com docentes para que possam romper com o modelo tradicional de ensino. “Na Enfam, fomentamos o uso de metodologias que efetivamente desenvolvam as competências que são pretendidas. A grande maioria são competências de média e alta complexidade, e o modelo tradicional de ensino não dá conta de desenvolvê-las”, explicou Fernando Alves.

Esta foi a primeira vez que uma ação como esta foi realizada na comunidade localizada no extremo Norte do Brasil, como destacou o tuxaua Orlando Pereira. “Em mais de 50 anos na liderança, nós nunca recebemos nada assim. Estou muito satisfeito”, disse.

A professora Monaliza Ribeiro ressaltou que toda formação destinada aos educadores contribui para o trabalho diário com os discentes e apresentou uma avaliação positiva. “Trouxe bastante reflexão para nós enquanto docentes, de estarmos trabalhando temas atuais com os alunos. É bastante importante para que a gente tenha uma escuta com mais qualidade, para que seja uma escuta mais assertiva”, observou.

O gestor da Escola Júlio Pereira, Márcio Pereira, agradeceu a parceria com a Escola Judicial de Roraima e elogiou o projeto. “É um tema muito relevante para os estudantes e para os professores. Contamos com mais momentos como esse, com essa estratégia de palestras, cursos e minicursos que vêm somar com o ensino da nossa instituição”, pontuou.

Para o diretor da Escola Judicial de Roraima (Ejurr), desembargador Cristóvão Suter, é um prazer participar e contribuir com o dia a dia das comunidades. “A iniciativa deste projeto, que já é uma realidade de mais de cinco anos e que já atendeu mais de 10 mil estudantes e professores de norte a sul de nosso Estado, destaca-se pelo desejo de colaboração com a escola. Não há uma imposição de conteúdo, mas uma colaboração que atende às necessidades pontuais de cada unidade de ensino, município, ou comunidade tradicional. Exemplo disso foi o que aconteceu na Escola Júlio Pereira, onde os temas foram escolhidos pela própria comunidade, de acordo com suas necessidades”, concluiu.

Com informações da Ejurr.