A Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam) iniciou nesta terça-feira, 30 de janeiro, oficina com docentes para discutirem propostas para a reestruturação do segundo módulo, nível um, do curso de formação de formadoras e formadores. O encontro segue até esta quarta-feira, 31, na sede da Escola, em Brasília, e é conduzido pela coordenadora acadêmica Marizete Oliveira, com o suporte da pedagoga Soraya Moreira Costa.

As dez participantes são pedagogas, já atuaram nos cursos da Enfam e ministram aulas desse módulo nas escolas credenciadas. “Neste momento, nós convidamos as tutoras porque são elas que atuam como docentes no módulo; então, são as pessoas mais indicadas a contribuir com esta reconfiguração”, explica Marizete Oliveira.

Para a secretária de Gestão Acadêmica e de Formação da Enfam, Julia Maurmann Ximenes, o impacto desse debate na formação de docentes é muito grande. “A oficina está bem estruturada para fazermos uma discussão profunda sobre o módulo 2”, observou. Ela esclareceu que tudo o que for discutido não será implementado diretamente: passará pela equipe da secretaria e, por fim, será levado à aprovação da direção da Escola e eventual reformulação dos normativos. Segundo Julia Ximenes, os outros dois módulos que compõem a formação também serão revistos em 2024.

Além das discussões presenciais, o grupo participa de atividades assíncronas, com a leitura de materiais enviados previamente e a realização de exercícios para analisar situações-problema inerentes à prática educativa de docentes; dimensões de competências de referências, considerando problemas identificados e que cabem ser desenvolvidas para atuação na ação; e a definição de objetivos e conteúdos de aprendizagens/pedagógicos para o módulo, considerando as situações e competências de referências.

A pedagoga Solange Rauchbach Garani, da Escola Judicial do Paraná (Ejud-PR), é uma das participantes. Ela acredita que uma possível reformulação do módulo 2 do FoFo contribuirá para aperfeiçoar as práticas docentes, com grande impacto no planejamento das escolas. “O corpo docente da magistratura tem conhecimento prático e de conteúdo, mas a didática precisa ser aprimorada. Nosso grande desafio é desenvolver essas competências, e os cursos realizados pela Enfam, principalmente a formação de formadoras e formadores, são essenciais para isso”, disse.

Motivação
A coordenadora pedagógica da Enfam contou que a necessidade de reestruturação foi percebida ao observar os resultados da avaliação de reação, ao realizar o acompanhamento pedagógico e ao receber retorno das tutoras, que também avaliam a própria atuação e o curso. “Nós já havíamos observado, enquanto equipe pedagógica, a necessidade de fazer alguns ajustes no desenho do curso, de forma a não engessar e possivelmente mudar depois o próprio normativo. Então a oficina entra com essa perspectiva, no sentido de rever algumas atividades do plano de tutoria”, afirmou Marizete Oliveira.

Ela revela que a concepção do módulo permanecerá a distância, com foco nas competências para planejar a formação. “O que vamos trazer de inovador são as competências de referências. Esse é um ajuste que a gente acha necessário para melhor orientar objetivos e demais componentes do módulo”, finalizou.