Detentos da Penitenciária Modulada Estadual de Uruguaiana, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, começam a reconstruir a vida aprendendo técnicas de piscicultura. “Com o novo ofício, eles poderão, futuramente, buscar trabalho ou mesmo ter o próprio negócio”, prevê o diretor da penitenciária, Alcino Martins Pinto. O projeto tem o apoio do Conselho da […]
Detentos da Penitenciária Modulada Estadual de Uruguaiana, na fronteira oeste do Rio Grande do Sul, começam a reconstruir a vida aprendendo técnicas de piscicultura. “Com o novo ofício, eles poderão, futuramente, buscar trabalho ou mesmo ter o próprio negócio”, prevê o diretor da penitenciária, Alcino Martins Pinto. O projeto tem o apoio do Conselho da Comunidade de Uruguaiana, que atua em diferentes iniciativas de reinserção social de detentos, como o Programa Começar de Novo, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O projeto começou a ser executado há duas semanas, com a participação de detentos que cumprem pena no regime fechado. Em quatro tanques situados na área externa da penitenciária, eles aprendem técnicas de piscicultura com instrutores da Associação Riograndense Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) de Uruguaiana, parceira da iniciativa. As atividades vão desde a alimentação dos peixes à manutenção dos tanques. No momento, estão sendo criadas 1,5 mil carpas que vão abastecer a própria penitenciária e instituições de caridade de Uruguaiana.
Os detentos participam das atividades diariamente, incluindo finais de semana. Além de aprender uma profissão, eles têm o tempo de duração da pena reduzido em um dia a cada três de trabalho, como prevê a legislação penal brasileira. “Nós percebemos que eles estão muito animados e otimistas com o futuro que estão construindo. Além disso, estão satisfeitos porque passam o dia fora das celas e encaram a piscicultura não só como trabalho, mas também como uma forma de lazer”, afirmou o diretor da penitenciária.
Potencial – A iniciativa de Uruguaiana chegou ao conhecimento do Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e do Sistema de Execução de Medidas Socioeducativas (DMF) do CNJ. O juiz auxiliar da Presidência Luciano Losekann, coordenador do DMF, reconheceu a importância do projeto e seu potencial para reinserção social dos detentos. Na opinião do magistrado, a iniciativa pode até mesmo inspirar outros estados da Federação a fazer o mesmo.
Fonte: Agência CNJ de Notícias