A cultura jurídica e os resultados que as instituições de justiça são capazes de entregar à sociedade estão, em grande medida, relacionados à forma a partir da qual aprendem e treinam seus juízes e operadores.
No contexto dos processos de reforma da justiça na América Latina, a capacitação judicial é uma dimensão dos sistemas judiciais cuja relevância tem sido instalada faz relativamente pouco tempo, em comparação a outras áreas – como a dogmática jurídica, por exemplo, que tem recebido maior atenção.
Ainda que o movimento de reformas latino-americano não tenha conseguido permear suficientemente o Brasil (Langer, 2007), este país não é exceção em matéria de capacitação judicial. Tanto por suas dimensões e composição demográfica como por sua configuração normativa e administrativa, o Brasil enfrenta desafios compartilhados com as demais escolas de capacitação latino-americanas.
Nessa perspectiva, o “Seminário sobre Práticas de Capacitação Judicial: proposta a partir da experiência internacional”, realizado pela Enfam e pelo Centro de Estudos Judiciais das Américas – Ceja, tem o objetivo de promover o intercâmbio de ideias sobre práticas – com as quais escolas estaduais e federais, demais escolas de governo e órgãos de capacitação de servidores do Poder Judiciário desenvolvem sua missão –, problemas compartilhados e medidas concretas que podem ser adotadas para melhorá-los, além de permitir explorar estratégias de solução inovadoras e de baixo custo.